Disciplinas

As disciplinas são ofertadas pelo Grupo Opará tanto na graduação quanto na pós-graduação. Reunindo docentes de diferentes departamentos e unidades, especialmente do Instituto de Geociências (IGC) e da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH), essas disciplinas abordam a Geoarqueologia sob múltiplas perspectivas: da arqueologia à geologia, da geomorfologia à antropologia. Ao promover o encontro entre áreas do conhecimento e instituições distintas, o Opará contribui de forma concreta para a construção de uma universidade mais colaborativa, plural e comprometida com os desafios da pesquisa interdisciplinar.

Geoarqueologia (graduação)

EMENTA

A disciplina aborda os conceitos e princípios fundamentais da geoarqueologia, com base em diferentes correntes teóricas e estudos de caso. Enfatiza a reconstituição de paisagens a partir das geociências como suporte para a compreensão da ocupação humana no passado. São discutidos temas como formação e evolução de sítios arqueológicos, localização na paisagem, relações entre processos naturais e atividades humanas, bem como os métodos de escavação e análise de contextos sedimentares. A escavação é abordada como uma ação irreversível, exigindo rigor metodológico e registro minucioso. O curso propõe uma reflexão crítica sobre as escolhas de ocupação dos grupos humanos e os caminhos metodológicos que possibilitam interpretar tais dinâmicas no tempo e no espaço.

OBJETIVO

Apresentar os conceitos, métodos e as aplicações das geociências aos estudos arqueológicos. Promover debates e reflexões sobre conceitos básicos e questões fundamentais da Geoarqueologia. Oportunizar o conhecimento sobre a inserção dos sítios arqueológicos na paisagem e sobre as ferramentas metodológicas utilizadas para sua compreensão.

1.Introdução à disciplina (O que é Geoarqueologia?; Breve histórico dos estudos geoarqueológicos)

2.A paisagem como uma categoria de análise na Geoarqueologia (Espaço geográfico: um sistema de objetos e de ações; As categorias de análise do espaço: paisagem, lugar, território e região; A paisagem no pensamento geográfico; Aplicação da categoria de paisagem nos estudos arqueológicos)

3.Fundamentos de Geologia e seus diálogos com a Arqueologia (O que é Geologia?; Rochas e minerais: formação, atributos e tipologias; Estratigrafia: significado e princípios; Aplicações dos conhecimentos geológicos para a compreensão da indústria lítica do passado; Aplicações dos conhecimentos geológicos para a compreensão da formação de sítios arqueológicos)

4.Fundamentos de Pedologia e seus diálogos com a Arqueologia (O que é Pedologia?; O solo: fatores e processos de formação; Morfologia do solo e organização na paisagem; Aplicações dos conhecimentos pedológicos para a compreensão da indústria cerâmica do passado; Os arqueo-antrossolos)

5.Fundamentos de Geomorfologia e seus diálogos com a Arqueologia (O que é Geomorfologia?; O relevo: agentes formadores, processos e tipologias; O relevo cárstico; Aplicações dos conhecimentos geomorfológicos para a compreensão dos tipos de sítios; Aplicações dos conhecimentos geomorfológicos para a compreensão das dinâmicas dos artefatos arqueológicos na paisagem)

1 – TCC – Geoarqueologia na Bacia do rio São Francisco (sítios Caixa d’agua, Bibocas e Lapa do Sol). Departamento de Antropologia e Arqueologia, IFMG. Vinicius Moreira Silva. 2015
2 – Categorias analíticas da geografia: caminhos para leitura do espaço geográfico. Silva, J. C. In.: Revista Diálogos, 14, 2015.
3 - Trajetórias do conceito de paisagem na Geografia. Schier, R. A.. In.: R. RA’E GA, 7, 2003.
4 – Archaeologies of place and landscape. Thomas, J. In.: Archaeological Theory Today. Cap. 7, p. 165-186.
5 – Conteúdos básicos de Geologia e Pedologia. Muggler, C. C et al. In.: Apostila UFV, Caps. 2 a 6, p. 4-44.
6 – Geoarqueologia em sítios abrigados: processos de formação, estratigrafia e potencial informativo. In Geoarqueologia Teoria e Prática. Júlio Cezar Rubin de Rubin e Rosiclér Theodoro da Silva (orgs.). IGPA. Universidade Católica, Goiás, 2008.
7 – Conteúdos básicos de Geologia e Pedologia. Muggler, C. C et al. In.: Apostila UFV, Caps. 7 a 9, p. 45-72.
8 – Aspectos pedológicos aplicados à pesquisa arqueológica: considerações teóricas. Rosiclér Theodoro da Silva, Jimenez-Rueda, Rubin de Rubin e Amaury Carvalho. In.: Geoarqueologia: teoria e prática. Og. Rubin de Rubin e Rosiclér Theodoro da Silva. Cap. 2.
9 – Introdução à Geomorfologia. Florenzano, T. G. In.: Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais. Ed. Oficina de Textos, Cap. 1.
10 – Geoarqueologia de um Sambaqui Monumental. Estratigrafias que falam. AnnaBlume. Vilagran Ximena. 2010. Capitulos 3 e 5.
11 – Metodologia de prospecções geoarqueologicas dentro de uma bacia (exemplo bacia do rio Peruaçu, Minas Gerais, Brasil). Rodet MJ;, Rodet J.; Nascimento S.; Mariano D., Huguet Y.; Silva J. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 12:25-41, 2002.

Geoarqueologia (pós-graduação)

EMENTA

Conceitos e princípios da Geoarqueologia a partir de diferentes abordagens. O diálogo entre a Arqueologia e a Geologia, a Geografia, a Pedologia, a Geomorfologia e a Climatologia. A reconstituição da paisagem a partir de uma perspectiva das Geociências e a compreensão da implantação dos grupos humanos passados. A formação e evolução dos sítios, sua localização na paisagem e os métodos de escavação. A pedra, a terra, as formas e o clima e seu estudo na Geoarqueologia. Métodos e técnicas de investigação típicos das Geociências e sua aplicação na Geoarqueologia.

OBJETIVO

1. Geoarqueologia: quando a Arqueologia e as Geociências se encontram no divã (O que é Geoarqueologia?; Breve histórico da Geoarqueologia; Fundamentos e princípios básicos)

2. A pedra (Conceitos: Minerais, Rochas; Processos geológicos; Aplicações: Tecnologia lítica na pré-história; A pedra nas edificações históricas; Geodiversidade e Geoarqueologia)

3. A terra (Conceitos: Sedimentos, Solos; Processos deposicionais, intempéricos e pedogenéticos, Estratigrafia e pedoestratigrafia; Aplicações: A formação e a transformação de sítios arqueológicos, Os arqueoantrossolos, As cerâmicas arqueológicas e seu estudo, Os pigmentos e as pinturas rupestres)

4. As formas (Conceitos: Relevo, Processos morfogenéticos; Aplicações: A prospecção de sítios arqueológicos, Tipologia de sítios arqueológicos; O carste e sua dinâmica; Orientações gerais para a montagem de escavações arqueológicas em distintos tipos de sítios.

5. O clima (Conceitos: Clima e tempo, Sistemas climáticos, Escalas do clima, Paleoclima; Aplicações: Registro das mudanças climáticas do Quaternário nos sítios arqueológicos, Métodos de investigação paleoclimática, Clima e conservação de sótios)

1 – TCC – Geoarqueologia na Bacia do rio São Francisco (sítios Caixa d’agua, Bibocas e Lapa do Sol). Departamento de Antropologia e Arqueologia, IFMG. Vinicius Moreira Silva. 2015
2 – Categorias analíticas da geografia: caminhos para leitura do espaço geográfico. Silva, J. C. In.: Revista Diálogos, 14, 2015.
3 - Trajetórias do conceito de paisagem na Geografia. Schier, R. A.. In.: R. RA’E GA, 7, 2003.
4 – Archaeologies of place and landscape. Thomas, J. In.: Archaeological Theory Today. Cap. 7, p. 165-186.
5 – Conteúdos básicos de Geologia e Pedologia. Muggler, C. C et al. In.: Apostila UFV, Caps. 2 a 6, p. 4-44.
6 – Geoarqueologia em sítios abrigados: processos de formação, estratigrafia e potencial informativo. In Geoarqueologia Teoria e Prática. Júlio Cezar Rubin de Rubin e Rosiclér Theodoro da Silva (orgs.). IGPA. Universidade Católica, Goiás, 2008.
7 – Conteúdos básicos de Geologia e Pedologia. Muggler, C. C et al. In.: Apostila UFV, Caps. 7 a 9, p. 45-72.
8 – Aspectos pedológicos aplicados à pesquisa arqueológica: considerações teóricas. Rosiclér Theodoro da Silva, Jimenez-Rueda, Rubin de Rubin e Amaury Carvalho. In.: Geoarqueologia: teoria e prática. Og. Rubin de Rubin e Rosiclér Theodoro da Silva. Cap. 2.
9 – Introdução à Geomorfologia. Florenzano, T. G. In.: Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais. Ed. Oficina de Textos, Cap. 1.
10 – Geoarqueologia de um Sambaqui Monumental. Estratigrafias que falam. AnnaBlume. Vilagran Ximena. 2010. Capitulos 3 e 5.
11 – Metodologia de prospecções geoarqueologicas dentro de uma bacia (exemplo bacia do rio Peruaçu, Minas Gerais, Brasil). Rodet MJ;, Rodet J.; Nascimento S.; Mariano D., Huguet Y.; Silva J. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 12:25-41, 2002.

Práticas de campo e laboratório em Geoarqueologia (graduação)

EMENTA

A disciplina aborda as principais práticas de campo e laboratório voltadas à pesquisa arqueológica, com ênfase na abordagem geoarqueológica. Em campo, os estudantes aprenderão técnicas de prospecção arqueológica, seleção de áreas para escavação, métodos de escavação (como triangulação, escavações em grande superfície e uso adequado de instrumentos), além da produção e organização de cadernos de campo. Na perspectiva geoarqueológica, serão trabalhadas a descrição de perfis de solo, leitura de GPS e interpretação do relevo. Em laboratório, o curso introduz os estudantes às práticas de leitura, registro e representação de material arqueológico, incluindo desenho técnico, fotografia e noções básicas de cartografia aplicada à arqueologia.

OBJETIVO

Capacitar os estudantes na execução de práticas fundamentais de campo e laboratório em arqueologia e geoarqueologia, promovendo a integração entre teoria e prática por meio de atividades aplicadas.

BICHO, F. Manual de arqueologia pré-histórica. 2. ed. revista e atualizada. Lisboa: Edições 70, 2011.
KAMPF, N.; KERN, D. O solo como registro da ocupação humana pré-histórica na Amazônia. Tópicos em Ciência do Solo, v. 4, p. 277-320, 2005.
PIGEAUD, R. Comment reconstituer la Préhistoire ? Collection Bulles de Sciences. [S.l.]: [s.n.], 2007. 182 p.
RUBIN DE RUBIN, J. C.; SILVA, R. T. da (orgs.). Geoarqueologia: teoria e prática. [S.l.]: IGPA, 2008.
RODET, M.-J. Princípios metodológicos de análise de indústrias lascadas. In: Anais do XIII Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira, Campo Grande, 2005.
RODET, M. J.; RODET, J.; NASCIMENTO, S. A.; MARIANO, D. F. Metodologia de prospecções geoarqueológicas dentro de uma bacia (exemplo da bacia do rio Peruaçu, Minas Gerais, Brasil). Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, [s.l.], 2002.
VILLAGRÁN, X. S. Geoarqueologia de um sambaqui monumental: estratigrafias que falam. São Paulo: Annablume, 2010. 214 p.

Solos antrópicos: gênese, classificação e implicações geoarqueológicas (pós-graduação)

EMENTA

Estudo dos solos antrópicos a partir de uma perspectiva geoarqueológica. Discussão sobre os processos de formação, transformação e preservação de solos modificados ou construidos pela ação humana. Abordagem das principais classificações nacionais e internacionais aplicadas a esses solos, com ênfase em Technosols e Anthrosols. Aplicação de técnicas laboratoriais para análise da composição geoquímica, mineralógica e micromorfológica de perfis de solos associados a contextos arqueológicos. Investigação das implicações arqueológicas e ambientais dos solos antrópicos em diferentes paisagens.

OBJETIVO

Compreender os processos de gênese e transformação de solos antrópicos em contextos arqueológicos, bem como os principais sistemas de classificação aplicáveis a esses solos e os métodos laboratoriais para caracterização físico-química, mineralógica e micromorfológica, de maneira a refletir sobre a importância dos solos antrópicos na reconstrução de modos de vida e sistemas técnicos passados.

1. BUTZER, K. W. Archaeology as Human Ecology. Cambridge: Cambridge University Press, 1982. XIII-363 p.

2. GLASER, B.; et al. Black carbon in density fractions of anthropogenic soils of the brazilian amazon region. Organic Geochemistry, v. 31, p. 669-678, 2000.

3. GOLDBERG, P. Some micromorphological aspects of prehistoric cave deposits. Cahiers de Archéologie du CELAT, v. 10, Série archéometrie n. 1, p. 161-175, 2001.

4. HOWARD, J. Anthropogenic Soils. New York: Springer, 2017.

5. KÄMPF, N.; WOODS, W. I.; SOMBROEK, W.; KERN, D. C.; CUNHA, T. J. F. Classification of Amazonian Dark Earths and other ancient antropic soils. In: LEHMANN, J.; KERN, D. C.; GLASER, B.; WOODS, W. I. (eds.). Amazonia Dark earths. Origin, properties and management. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 2003. p. 77-102.

6. Sistemas de classificação de solos: SiBCS, WRB-FAO, Soil Taxonomy.

BICHO, F. Manual de arqueologia pré-histórica. 2. ed. revista e atualizada. Lisboa: Edições 70, 2011.
KAMPF, N.; KERN, D. O solo como registro da ocupação humana pré-histórica na Amazônia. Tópicos em Ciência do Solo, v. 4, p. 277-320, 2005.
PIGEAUD, R. Comment reconstituer la Préhistoire ? Collection Bulles de Sciences. [S.l.]: [s.n.], 2007. 182 p.
RUBIN DE RUBIN, J. C.; SILVA, R. T. da (orgs.). Geoarqueologia: teoria e prática. [S.l.]: IGPA, 2008.
RODET, M.-J. Princípios metodológicos de análise de indústrias lascadas. In: Anais do XIII Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira, Campo Grande, 2005.
RODET, M. J.; RODET, J.; NASCIMENTO, S. A.; MARIANO, D. F. Metodologia de prospecções geoarqueológicas dentro de uma bacia (exemplo da bacia do rio Peruaçu, Minas Gerais, Brasil). Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, [s.l.], 2002.
VILLAGRÁN, X. S. Geoarqueologia de um sambaqui monumental: estratigrafias que falam. São Paulo: Annablume, 2010. 214 p.